{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2017/08/10/america-latina-venezuela-crise-petroleo-economia-alimentos-fome-inflacao" }, "headline": "Um cabaz de compras s\u00f3 para alguns", "description": "\u00c9 a pior crise econ\u00f3mica na Venezuela desde 1989, quando Carlos Andr\u00e9s P\u00e9rez era presidente.", "articleBody": "Com Eduardo Salazar Uribe, em Caracas\u00c9 a pior crise econ\u00f3mica que os venezuelanos enfrentam em d\u00e9cadas. \u00c9 preciso voltar ao fim dos anos 80, quando as convuls\u00f5es sociais do chamado Caracazo mostravam ao mundo como um dos principais produtores de petr\u00f3leo do planeta se encontrava de joelhos. Quase 30 anos depois, a Hist\u00f3ria parece repetir-se: mais crise, mais mis\u00e9ria e mais fome. Agora, como ent\u00e3o, os cidad\u00e3os apontam o dedo ao Governo.Berta Mart\u00ednez vive em Caracas. A Euronews falou com ela enquanto esperava numa fila para comprar alguns alimentos num supermercado da capital. Berta n\u00e3o est\u00e1 contente com o presidente Nicol\u00e1s Maduro:\u201cQuero dizer ao presidente Maduro que se deixe de mentiras e que venha a nossas casas e ver os nossos frigor\u00edficos\u201d disse.Tal como Berta, muitos s\u00e3o os venezuelanos obrigados a fazer enormes filas para comprar arroz ou farinha.Uma espera que, no entanto, nem sempre d\u00e1 os seus frutos. Muitas vezes por falta de bens para serem vendidos. Outras vezes, por falta de dinheiro.Segundo Alejandro Grisante, economista na empresa Ecoanal\u00edtica, os efeitos t\u00eam sido devastadores para os venezuelanos:\u201cCerca de 40% da popula\u00e7\u00e3o come agora menos do que tr\u00eas vezes por dia\u201d, disse Grisanti \u00e0 Euronews.\u201cComem uma ou duas vezes por dia. Muitos venezuelanos t\u00eam de procurar no lixo a comida de todos os dias e isto acontece perto de restaurantes mas tamb\u00e9m perto das urbaniza\u00e7\u00f5es da classe m\u00e9dia\u201d, concluiu.A queda dos pre\u00e7os do petr\u00f3leo castigou uma economia demasiado dependente. Os pre\u00e7os subiram, os rendimentos baixaram e o resultado n\u00e3o poderia ser outro: os poucos bens que existem custam demasiado dinheiro para grande parte da popula\u00e7\u00e3o.Ainda assim, muitos s\u00e3o os que continuam a defender o Governo do presidente Nicol\u00e1s Maduro, como Yetzaida Morillo, para quem as desigualdades s\u00e3o muitas:\u201cOs ricos n\u00e3o gostam dos probres. E nunca lutar\u00e3o pelas nossas necessidades e prioridades\u201d, disse \u00e0 Euronews.Segundo o correspondente da Euronews em Caracas, Eduardo Salazar Uribe, o Governo venezuelano tem ainda muitos obst\u00e1culos pela frente. A infla\u00e7\u00e3o, por exemplo, dever\u00e1 chegar aos 1100% at\u00e9 ao fim do ano.Segundo o Centro de Documenta\u00e7\u00e3o e An\u00e1lise para os Trabalhadores, com sede em Caracas, comprar os bens alimentares b\u00e1sicos custa em media, o equivalente a 330 euros. Apesar dos aumentos dos sal\u00e1rios decretados por Maduro \u2013 que atingem os 260% \u2013 a realidade dos venezuelanos \u00e9 outra. A maioria da popula\u00e7\u00e3o viveria com menos de 60 euros por m\u00eas.", "dateCreated": "2017-08-10T00:03:40+02:00", "dateModified": "2017-08-10T00:03:40+02:00", "datePublished": "2017-08-10T00:03:40+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F382402%2F1440x810_382402.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "\u00c9 a pior crise econ\u00f3mica na Venezuela desde 1989, quando Carlos Andr\u00e9s P\u00e9rez era presidente.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F382402%2F432x243_382402.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Um cabaz de compras só para alguns

Um cabaz de compras só para alguns
Direitos de autor 
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

É a pior crise económica na Venezuela desde 1989, quando Carlos Andrés Pérez era presidente.

PUBLICIDADE

Com Eduardo Salazar Uribe, em Caracas

É a pior crise económica que os venezuelanos enfrentam em décadas. É preciso voltar ao fim dos anos 80, quando as convulsões sociais do chamado Caracazo mostravam ao mundo como um dos principais produtores de petróleo do planeta se encontrava de joelhos.

Quase 30 anos depois, a História parece repetir-se: mais crise, mais miséria e mais fome. Agora, como então, os cidadãos apontam o dedo ao Governo.

Berta Martínez vive em Caracas. A Euronews falou com ela enquanto esperava numa fila para comprar alguns alimentos num supermercado da capital. Berta não está contente com o presidente Nicolás Maduro:

“Quero dizer ao presidente Maduro que se deixe de mentiras e que venha a nossas casas e ver os nossos frigoríficos” disse.

Tal como Berta, muitos são os venezuelanos obrigados a fazer enormes filas para comprar arroz ou farinha.

Uma espera que, no entanto, nem sempre dá os seus frutos. Muitas vezes por falta de bens para serem vendidos. Outras vezes, por falta de dinheiro.

Segundo Alejandro Grisante, economista na empresa Ecoanalítica, os efeitos têm sido devastadores para os venezuelanos:

“Cerca de 40% da população come agora menos do que três vezes por dia”, disse Grisanti à Euronews.

“Comem uma ou duas vezes por dia. Muitos venezuelanos têm de procurar no lixo a comida de todos os dias e isto acontece perto de restaurantes mas também perto das urbanizações da classe média”, concluiu.

A queda dos preços do petróleo castigou uma economia demasiado dependente. Os preços subiram, os rendimentos baixaram e o resultado não poderia ser outro: os poucos bens que existem custam demasiado dinheiro para grande parte da população.

Ainda assim, muitos são os que continuam a defender o Governo do presidente Nicolás Maduro, como Yetzaida Morillo, para quem as desigualdades são muitas:

“Os ricos não gostam dos probres. E nunca lutarão pelas nossas necessidades e prioridades”, disse à Euronews.

Segundo o correspondente da Euronews em Caracas, Eduardo Salazar Uribe, o Governo venezuelano tem ainda muitos obstáculos pela frente. A inflação, por exemplo, deverá chegar aos 1100% até ao fim do ano.

Segundo o Centro de Documentação e Análise para os Trabalhadores, com sede em Caracas, comprar os bens alimentares básicos custa em media, o equivalente a 330 euros. Apesar dos aumentos dos salários decretados por Maduro – que atingem os 260% – a realidade dos venezuelanos é outra. A maioria da população viveria com menos de 60 euros por mês.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Denúncias de violência na Venezuela

Países vizinhos da Venezuela denunciam a instauração de "uma ditadura"

Venezuela emite aviso aos seus cidadãos para que abandonem os EUA