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Segundo a UNESCO, sem mudan\u00e7as significativas, mais de metade das esp\u00e9cies marinhas do mundo podem estar \u00e0 beira da extin\u00e7\u00e3o at\u00e9 o final deste s\u00e9culo. Em Creta, os bi\u00f3logos v\u00eaem altera\u00e7\u00f5es dram\u00e1ticas que provavelmente v\u00e3o espalhar-se pelo Mediterr\u00e2neo. Em Creta, na Gr\u00e9cia, os mergulhos mostram um fundo do mar cada vez mais vazio. Uma esp\u00e9cie de am\u00eaijoa protegida desapareceu nos \u00faltimos dois anos, por causa de uma doen\u00e7a de r\u00e1pida propaga\u00e7\u00e3o combinada com a ca\u00e7a furtiva. Metade das algas, um habitat para outras esp\u00e9cies, desapareceram, e as causas n\u00e3o s\u00e3o claras. Thanos Dailianis , bi\u00f3logo marinho, explica que a biodiversidade - especialmente em ecossistemas pouco profundos - est\u00e1 a mudar rapidamente. 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É preciso olhar para o fundo do mar

Em parceria comthe European Commission
É preciso olhar para o fundo do mar
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De Denis Loctier & Ana Catarina Ruivo
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Sem mudanças significativas, mais de metade das espécies marinhas do mundo podem estar à beira da extinção. No Ocean desta semana conhecemos algumas das estratégias contrariar as previsões

O nosso planeta enfrenta enormes desafios - não apenas as mudanças climáticas, mas também uma crise na natureza. Um milhão de espécies terrestres e marinhas podem extinguir-se. Muitas delas dentro de décadas. O que está a matar os nossos ecossistemas submarinos - e o que é que a Europa pode fazer para preservar e restaurar a sua biodiversidade marinha?

Biodiversidade Oceânica

A biodiversidade oceânica está em risco. Segundo a UNESCO, sem mudanças significativas, mais de metade das espécies marinhas do mundo podem estar à beira da extinção até o final deste século. Em Creta, os biólogos vêem alterações dramáticas que provavelmente vão espalhar-se pelo Mediterrâneo.

Em Creta, na Grécia, os mergulhos mostram um fundo do mar cada vez mais vazio. Uma espécie de amêijoa protegida desapareceu nos últimos dois anos, por causa de uma doença de rápida propagação combinada com a caça furtiva. Metade das algas, um habitat para outras espécies, desapareceram, e as causas não são claras.

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Thanos Dailianis, biólogo marinho, explica que a biodiversidade - especialmente em ecossistemas pouco profundos - está a mudar rapidamente. Temos menos espécies do que costumávamos ter e há novas espécies que se estabelecem ano após ano. "Se daqui a 10 anos virmos uma imagem diferente, sabemos qual era a imagem anterior, e isto é muito importante para compreender o que está a acontecer.

Os investigadores estão a recolher dados para vários projetos financiados pela União Europeia com o objetivo de proteger e restaurar ecossistemas marinhos europeus.

As cavernas submarinas em Creta são ricas em esponjas e corais. Colados às rochas, estes animais não conseguem escapar a condições de stress. Os cientistas observam e preenchem um "registo clínico" das comunidades marinhas. As imagens recolhidas debaixo de água são analisadas no Instituto de Biologia Marinha, Biotecnologia e Aquacultura (HCMR-IMBBC). 

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Vasilis Gerovasileiou, ecologista, diz-nos que o objetivo é poder revisitar as cavernas no futuro e ver se há mudanças nas comunidades bentónicas. "Temos aqui algumas evidências históricas que estão completamente ausentes de outras partes do mundo. O Mar Mediterrâneo com todas as mudanças devido às atividades humanas, pode ser usado como um bom exemplo para entender o que está a acontecer em outras partes do mundo".

Alterações Climáticas

Se a concentração de CO2 atmosférico continuar a aumentar, o oceano vai tornar-se mais ácido e mais corrosivo para as conchas de muitos organismos marinhos. Com o oceano mais ácido, as conchas ficam mais finas e mais frágeis.

A mudança climática é muito importante enquanto fator que afeta a biodiversidade, porque se uma espécie for atingida, todo o equilíbrio mudará
Eva Chatzinikolaou
bióloga marinha

Más notícias para os caracóis marinhos que podem tornar-se presas fáceis para os predadores à medida que o clima continua a mudar. 

Até a poluição das luzes da costa pode estar a prejudicar os pequenos animais marinhos. Para amenizar este problema, os investigadores utilizam armadilhas especiais que atraem as espécies mais afetadas pelas lâmpadas elétricas cada vez mais presentes.

Giorgos Chatzigeorgiou, ecologista do Instituto de Biologia Marinha, Biotecnologia e Aquacultura de Creta, conta que os portos influenciam a vida dos organismos marinhos porque funcionam como uma porta de entrada para novas espécies. "Elas fixam-se ao casco do barco e esses barcos podem espalhar essas espécies para novos lugares. E quando se estabelecem no novo lugar competem com as espécies nativas. E isto é um problema".

Sem predadores locais, há populações que podem explodir em número, e deslocar a fauna indígena. Para controlar este e outros problemas, os investigadores utilizam pilhas especiais implantadas em 20 locais em toda a Europa. As pilhas são colonizadas por pequenas espécies marinhas durante vários meses e a seguir os investigadores analisam a informação usando sequenciação genética e outros métodos atuais. 

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As amostras recolhidas em Creta também podem ajudar outros investigadores europeus como Pedro Vieira, biólogo português que estuda um verme ameaçado em algumas partes de Portugal. "Alguns habitats desta espécie estão a desaparecer e por isso esta espécie pode desaparecer. Eles são importantes porque podem fornecer alimento para peixes e para outros animais. Assim, em teoria, o ecossistema pode entrar em colapso por causa disso.

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