{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2019/05/10/o-sofrimento-dos-refugiados-e-dos-gregos-na-ilha-de-samos" }, "headline": "O sofrimento dos refugiados e dos gregos na ilha de Samos", "description": "Muitos gregos consideram que os migrantes vivem em condi\u00e7\u00f5es miser\u00e1veis, o que propicia doen\u00e7as e roubos.", "articleBody": "A imigra\u00e7\u00e3o \u00e9 uma quest\u00e3o fraturante na Europa. Na ilha grega de Samos, uma parte da popula\u00e7\u00e3o est\u00e1 cada vez mais revoltada face ao n\u00famero crescente de migrantes, enquanto a outra parte continua a ajudar os que fogem da guerra e da mis\u00e9ria. Muitos gregos da ilha de Samos procuram ajudar as pessoas que chegam \u00e0 ilha em busca de um futuro melhor na Europa. Mas, h\u00e1 tamb\u00e9m muitas pessoas que consideram que os migrantes vivem em condi\u00e7\u00f5es miser\u00e1veis, o que propicia a prolifera\u00e7\u00e3o de doen\u00e7as e o aumento do n\u00famero de roubos. A euronews falou com um casal de reformados gregos que vive numa casa de ver\u00e3o colada ao centro de registo para requerentes de asilo. \u0022Estamos a ar um momento muito complicado. Tal como estas pessoas, que s\u00e3o for\u00e7adas a fazer as necessidades por todo o lado. \u00c9 desesperante. \u00c9 um caos sanit\u00e1rio. J\u00e1 nos destru\u00edram a cerca v\u00e1rias vezes. Recebo uma reforma pequena, \u00e9 o que tenho para manter este lugar em condi\u00e7\u00f5es\u0022, disse Manolis Mantas. Pessoas d\u00e3o comida aos migrantes O casal grego ajuda muitos migrantes, dando-lhes comida. \u0022Cozinho todos os dias para eles. Aqui tenho sobras de ontem, mas hoje vou preparar comida fresca. Vou fazer macarr\u00e3o com atum. Todos os que tentam ajudar s\u00e3o estigmatizados. As pessoas perguntam: porque est\u00e1s a ajud\u00e1-los? Eles est\u00e3o doentes e eles s\u00e3o isto e aquilo\u0022, contou Vasiliki Manta. \u0022De in\u00edcio, quase toda a gente ajudava os imigrantes. Mas depois, come\u00e7aram a chegar cada vez mais migrantes, alguns criminosos, e as pessoas ficaram assustadas\u0022, acrescentou Vasiliki Manta. \u0022Este homem e a mulher dele t\u00eam bom cora\u00e7\u00e3o. Pe\u00e7o a Deus que os aben\u00e7oe e lhes d\u00ea uma vida longa\u0022, disse o migrante africano. Para o casal grego, a Uni\u00e3o Europeia tem de tomar medidas urgentes. \u0022Se a Europa acredita num ideal de igualdade entre Estados, precisa de gerir este problema e n\u00e3o deixar a Gr\u00e9cia tornar-se num enorme campo de almas perdidas, onde as pessoas vivem em condi\u00e7\u00f5es degradantes. Ali\u00e1s, tanto elas como n\u00f3s\u0022. Condi\u00e7\u00f5es de vida degradantes para os migrantes A ilha fica a menos de dois quil\u00f3metros da Turquia. O campo de Samos \u00e9 um dos cinco centros de registo para requerentes de asilo, nas ilhas gregas, no norte do Mar Egeu. O campo est\u00e1 preparado para receber seiscentas e cinquenta pessoas mas acolhe quase quatro mil. Desde o acordo entre a Uni\u00e3o Europeia e a Turquia, em 2016, os migrantes ficam retidos no campo enquanto aguardam a resposta ao pedido de asilo. Um processo que pode levar meses ou anos. Apenas os mais vulner\u00e1veis t\u00eam a possibilidade de serem transferidos mais cedo para o continente europeu. Por isso, a fila de espera para ver o \u00fanico m\u00e9dico do campo \u00e9 longa. \u0022Se falar com a Europa, eles v\u00e3o dizer que a crise acabou porque o fluxo de imigrantes diminui. N\u00f3s n\u00e3o vemos diferen\u00e7a. A esperan\u00e7a vai-se perdendo. A frustra\u00e7\u00e3o aumenta. Tudo fica mais dif\u00edcil. At\u00e9 para n\u00f3s\u0022, afirmou Manos Logothetis, m\u00e9dico no centro de reten\u00e7\u00e3o de Samos. Diretora do centro de migrantes recusa falar a jornalistas A respons\u00e1vel do centro de asilo recusa falar \u00e0 comunica\u00e7\u00e3o social. A equipa da Euronews s\u00f3 foi autorizada a permanecer uma hora local. \u0022Como pode ver, isto \u00e9 uma selva. H\u00e1 lixo por toda a parte. Ningu\u00e9m limpa, porque estas pessoas est\u00e3o a viver do lado de fora. H\u00e1 ratos. \u00c0s vezes, at\u00e9 vemos cobras. E como pode ver, n\u00e3o h\u00e1 \u00e1gua nem casa de banho. \u00c9 muito frio no inverno e no ver\u00e3o \u00e9 muito quente. \u00c9 muito dif\u00edcil viver nestas condi\u00e7\u00f5es\u0022, disse Mohamad Malek Kassas, um requerente de asilo s\u00edrio que chegou \u00e0 ilha grega h\u00e1 cerca de dez meses. Uma espera intermin\u00e1vel para os requerentes de asilo A euronews ouviu v\u00e1rios testemunhos de pessoas desesperadas pela espera e pelas m\u00e1s condi\u00e7\u00f5es de vida. \u0022J\u00e1 requeri asilo h\u00e1 seis meses. Disseram-me que a grande entrevista poder\u00e1 ter lugar em 2021. Veja s\u00f3! 2021! Estou a ficar louco. N\u00e3o comemos bem. N\u00e3o dormimos em condi\u00e7\u00f5es. Somos quase como animais. N\u00e3o conseguimos entender\u0022, declarou um migrante africano. \u0022Venho do Iraque. Estou aqui h\u00e1 oito meses. Fui despejado aqui, \u00e0 chuva, no meio de insetos e ratos. Tive uma doen\u00e7a de pele. Psicologicamente, estou muito mal. Se n\u00e3o estou dentro dos crit\u00e9rios deles para ser um refugiado, digam-me, para que eu n\u00e3o continue aqui a sofrer. Abram-me a porta e eu deixo a Gr\u00e9cia\u0022 , disse Sabah Al Maliki. \u0022O El Dorado tornou-se num inferno. O local onde pensava encontrar um ref\u00fagio e onde todas as preocupa\u00e7\u00f5es, m\u00e1s mem\u00f3rias e pesadelos ligados ao meu pa\u00eds podiam desaparecer, \u00e9 afinal um local similar ao s\u00edtio de onde fugi. O que ainda agrava mais as coisas. \u00c9 triste, muito triste\u0022, afirmou \u00e0 euronews um requerente de asilo africano. A espera intermin\u00e1vel \u00e9 um sofrimento adicional para muitos requerentes de asilo. Para ajudar os migrantes, uma ONG abriu um centro comunit\u00e1rio. Al\u00e9m de reconforto, os volunt\u00e1rios de Samos fornecem aconselhamento jur\u00eddico e d\u00e3o aulas de l\u00ednguas. Os cerca de trinta volunt\u00e1rios v\u00eam de v\u00e1rios pa\u00edses do mundo. Alexandros Mantoglou d\u00e1 aulas de grego a refugiados, em regime de voluntariado, mas est\u00e1 consciente da revolta da popula\u00e7\u00e3o face \u00e0 quest\u00e3o dos migrantes. \u0022As pessoas sentem que nada est\u00e1 a ser feito para melhorar a situa\u00e7\u00e3o. Sentem-se negligenciadas pelo governo grego e pelos pol\u00edticos que lhes est\u00e3o sempre a fazer promessas de melhoria e a dizer-lhes que os migrantes ir\u00e3o ser transferidos para outros locais. J\u00e1 ningu\u00e9m est\u00e1 dispon\u00edvel para ajudar. E os que est\u00e3o dispostos a ajudar s\u00e3o apontados como pessoas que n\u00e3o se preocupam com o bem-estar e a prosperidade da ilha\u0022, contou Alexandros Mantoglou. Gregos queixam-se de que migrantes prejudicam turismo A euronews esteve em Vathi, capital da ilha de Samos, onde vivem cerca de cinco mil pessoas. A presen\u00e7a do centro de reten\u00e7\u00e3o para migrantes, a escassas dezenas de metros do centro da cidade, gera insatisfa\u00e7\u00e3o. \u0022Todos os habitantes de Samos mostraram humanidade. Nos \u00faltimos cinco anos, ajud\u00e1mos muitas das pessoas que v\u00eam para a nossa ilha. Mas isto ja dura h\u00e1 muito tempo. Cinco anos \u00e9 demasiado tempo. Isto tem de mudar\u0022, disse Michalis Mitsos, presidente da Associa\u00e7\u00e3o de Bares de Samos. \u0022Quando as pessoas ficam a saber que quatro ou cinco mil migrantes oriundos de mais de cinquenta pa\u00edses vivem na cidade, alguns j\u00e1 n\u00e3o nos querem visitar. Preferem procurar outros locais em Samos\u0022, acrescentou o respons\u00e1vel. \u0022Tamb\u00e9m trabalhei na associa\u00e7\u00e3o durante tr\u00eas anos. Parei de trabalhar porque eles n\u00e3o respeitam ningu\u00e9m. D\u00e3o-lhes comida e eles deitam-na fora porque n\u00e3o gostam dela. N\u00e3o foi h\u00e1 muito tempo que tiv\u00e9mos uma grande crise na Gr\u00e9cia e essas pessoas deitam comida fora\u0022, lamentou Manolis Chliaoytakis, residente da ilha. O presidente da associa\u00e7\u00e3o de bares de Samos afirma que houve v\u00e1rios roubos feitos por migrantes. \u0022Roubam as garrafas de bebidas alco\u00f3licas que temos guardadas para o ver\u00e3o. Roubam a aparelhagem sonora, os computadores, roubam tudo o que conseguirem vender. Nove em cada treze vezes s\u00e3o apanhados em flagrante. S\u00e3o presentes ao juiz e saem em liberdade uma hora depois\u0022, disse o respons\u00e1vel. Mais uma vez, a Uni\u00e3o Europeia \u00e9 alvo de cr\u00edticas. \u0022O facto de termos aqui requerentes de asilo e migrantes encalhados nas quatro ilhas gregas do norte do Mar Egeu h\u00e1 dois anos, sem permiss\u00e3o de prosseguirem para outros locais na Europa ou mesmo na Gr\u00e9cia, leva os habitantes de Samos a pensar que a Europa sacrificou estas ilhas para se salvar a si pr\u00f3pria\u0022, considerou Michalis Mitsos. Pais tiram crian\u00e7as da escola devido aos migrantes Em abril, centenas de habitantes de Samos juntaram-se num protesto, durante a visita do ministro da imigra\u00e7\u00e3o, para exigir o fecho do centro de registo para requerentes de asilo. A presen\u00e7a dos migrantes gera tamb\u00e9m o descontentamento da Associa\u00e7\u00e3o de Pais de Samos. Recentemente, os pais das crian\u00e7as retiraram as crian\u00e7as das escolas p\u00fablicas, durante alguns dias, para protestar contra a presen\u00e7a de crian\u00e7as migrantes. \u0022Eles enfrentam problemas graves todos os dias. Vivem em tendas no meio de ratazanas. H\u00e1 pilhas de lixo ao lado deles. O receio de problemas de sa\u00fade p\u00fablica aumenta. N\u00f3s dizemos: 'transfiram estas crian\u00e7as para abrigos decentes e depois, sim, tragam-nos \u00e0 escola.\u0022, explicou Stamatia Thomasouli, diretora da Associa\u00e7\u00e3o de Pais de Samos. \u0022As nossas crian\u00e7as, nos \u00faltimos anos, viram coisas bem longe do que era normal. N\u00e3o est\u00e1vamos habituados a ver crian\u00e7as feridas a andar pela estrada sem sapatos. Nem a ver mi\u00fados a sair de caixotes do lixo\u0022, disse Sonia Paschalaki, da Associa\u00e7\u00e3o de Pais de Samos. As crian\u00e7as do centro de reten\u00e7\u00e3o t\u00eam aulas depois das crian\u00e7as gregas j\u00e1 terem sa\u00eddo da escola e entram por um port\u00e3o diferente. As m\u00e3es e pais da associa\u00e7\u00e3o rejeitam as acusa\u00e7\u00f5es de xenofobia e garantem nada ter contra os migrantes. Uns dias antes da P\u00e1scoa, prepararam algumas prendas para as crian\u00e7as migrantes. \u0022\u00c9 um gesto de boas-vindas para lhes desejar uma boa estadia durante o curto espa\u00e7o de tempo que v\u00e3o ficar no nosso pa\u00eds\u0022, explicou Stamatia Thomasouli. \u0022Dessa forma, elas podem ficar com uma ideia das nossas tradi\u00e7\u00f5es\u0022, disse Sonia Paschalaki. \u0022Queremos a nossa ilha de volta. De uma forma geral, nas nossas ilhas, o dia-a-dia foi afetado. O que queremos \u00e9 que o campo seja transferido para outro s\u00edtio qualquer, para fora da cidade, ou que seja fechado de uma vez\u0022, sublinhou Vasilia Vakra, da Associa\u00e7\u00e3o de Pais de Samos. A hostilidade de uma parte da popula\u00e7\u00e3o face aos migrantes O dia-a-dia dos migrantes em Samos \u00e9 cada vez mais dif\u00edcil. Por um lado, esperam meses ou anos pela resposta das autoridades aos pedidos de asilo, por outro, s\u00e3o alvo da hostilidade de uma parte da popula\u00e7\u00e3o. Muitos com\u00e9rcios da cidade n\u00e3o autorizam a entrada de migrantes. O Chicha bar \u00e9 um dos poucos com\u00e9rcios onde os migrantes s\u00e3o bem-vindos.Abdulrahman Al Diab fugiu da S\u00edria, onde trabalhava como estilista de moda e abriu o caf\u00e9 h\u00e1 um ano com uma s\u00f3cia nativa de Samos. \u0022De in\u00edcio, tiv\u00e9mos alguns clientes gregos, mas n\u00e3o de Samos. Ningu\u00e9m nos tolerava. Desde o ver\u00e3o, os nossos \u00fanicos clientes t\u00eam sido migrantes. Muitos dos locais, quando am diante do caf\u00e9, viram a cabe\u00e7a. Quando olham para os refugiados, abanam a cabe\u00e7a, como se eles estivessem a fazer alguma coisa de mal. \u00c9 isto que me deixa muito triste\u0022, disse Ionna Karpathiou. Abdulrahman Al Diab chegou a Samos ha dois anos e ainda est\u00e1 \u00e0 espera de resposta ao pedido de asilo. \u0022Se decidirem repatriar-nos para a Turquia ou para a S\u00edria, vou perder tudo. Da mesma forma que perdi tudo na S\u00edria. vou perder tudo aqui outra vez\u0022, disse o requerente de asilo. H\u00e1 algumas semanas, os s\u00f3cios decidiram colocar o espa\u00e7o \u00e0 venda para deixarem Samos. \u0022Podia ficar aqui, se quisesse. Mesmo que esta hist\u00f3ria dos migrantes acabasse e eu decidisse manter o espa\u00e7o, n\u00e3o acredito que os habitantes da ilha me assem. Podia fazer outras coisas. Mas prefiro partir e fazer outra coisa da minha vida, noutro s\u00edtio, longe de Samos\u0022, confessou Ionna Karpathiou. \u0022Come\u00e7\u00e1mos este projeto juntos e temos mais ideias para trabalharmos juntos. Tenho mais sonhos, mais ideias e vou conseguir. N\u00e3o me v\u00e3o impedir. Algum dia v\u00e3o ter de me aceitar\u0022, garantiu Abdulrahman Al Diab. Governo promete transferir centro para outro lugar O governo grego prometeu encerrar o campo de migrantes de Vathi e transferi-lo para Mytilinioi, uma localidade no interior da ilha, a doze quil\u00f3metros de Samos. A euronews falou com o presidente da vila, Georgios Eleftheroglou. \u0022Eram os antigos matadouros. A instala\u00e7\u00e3o do centro de migrantes est\u00e1 prevista para este s\u00edtio. Pode ver onde est\u00e1 a minha comunidade. A dist\u00e2ncia \u00e9 de um quil\u00f3metro. Por isso, podemos facilmente prever que o problema atual de Vathi vai tornar-se no nosso problema.\u0022, disse Georgios Eleftheroglou, presidente da vila. O assunto divide os habitantes da localidade. \u0022Quando eu disse que n\u00e3o quer\u00edamos um segundo campo de migrantes na nossa zona, algumas pessoas amea\u00e7aram-me. Aqui podemos ler: '\u00e9s tu a seguir'. Significa que me querem abater. Isto mostra a divis\u00e3o entre as pessoas\u0022, disse o presidente da localidade. A euronews falou com um grupo de habitantes de Mytilinioi revoltados com a decis\u00e3o das autoridades. \u0022N\u00e3o deixam os migrantes seguir viagem para onde eles querem ir. S\u00e3o mantidos aqui \u00e0 for\u00e7a. Por isso, eles am-nos a mis\u00e9ria deles. Ou seja, a mis\u00e9ria deles torna-se na nossa mis\u00e9ria\u0022, lamentou Alexandros Georgiadis. \u0022N\u00e3o pode haver pessoas a deambular por aqui sem que saibamos quem s\u00e3o. N\u00e3o podem andar por aqui \u00e0 vontade sem sabermos se s\u00e3o criminosos, ladr\u00f5es ou violadores\u0022, afirmou Eyaggelia Kokaraki, habitante de Mytilinioi. \u0022N\u00e3o os queremos aqui. Este \u00e9 o problema! Podem lev\u00e1-los para onde quiserem mas aqui n\u00e3o. Est\u00e1 decidido\u0022, acrescentou Dora Kalogrea. \u0022N\u00e3o podemos viver com estas pessoas. T\u00eam centenas de doen\u00e7as. O hospital est\u00e1 cheio de negros. Os migrantes roubam. N\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel. Vamos fazer justi\u00e7a com as pr\u00f3prias m\u00e3os.\u0022, garantiu Nikolas Moschonas. \u0022\u00c9 bem poss\u00edvel que isto soe racista, mas n\u00e3o somos racistas. Por favor n\u00e3o nos associem a essa express\u00e3o, mas estamos fartos\u0022, lamentou Nikolaos Ftinogiannis. \u0022A Europa decidiu fechar as fronteiras e \u00e9 a Gr\u00e9cia que paga a fatura\u0022, afirmou mitsos Eleytherios. \u0022Ser\u00e1 que esses Europeus que decidem e que d\u00e3o ordens n\u00e3o conseguem perceber que a unica coisa que v\u00e3o conseguir \u00e9 a subida da extrema-direita? o a o, eles empurram as pessoas para os extremos. Foi isso que a Europa conseguiu. \u00c9 isto que t\u00eam de lhes dizer\u0022, desabafou o autarca de Mytilinioi. 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O sofrimento dos refugiados e dos gregos na ilha de Samos

O sofrimento dos refugiados e dos gregos na ilha de Samos
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De Valérie Gauriat
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Muitos gregos consideram que os migrantes vivem em condições miseráveis, o que propicia doenças e roubos.

A imigração é uma questão fraturante na Europa. Na ilha grega de Samos, uma parte da população está cada vez mais revoltada face ao número crescente de migrantes, enquanto a outra parte continua a ajudar os que fogem da guerra e da miséria.

Muitos gregos da ilha de Samos procuram ajudar as pessoas que chegam à ilha em busca de um futuro melhor na Europa. Mas, há também muitas pessoas que consideram que os migrantes vivem em condições miseráveis, o que propicia a proliferação de doenças e o aumento do número de roubos.

A euronews falou com um casal de reformados gregos que vive numa casa de verão colada ao centro de registo para requerentes de asilo.

"Estamos a ar um momento muito complicado. Tal como estas pessoas, que são forçadas a fazer as necessidades por todo o lado. É desesperante. É um caos sanitário. Já nos destruíram a cerca várias vezes. Recebo uma reforma pequena, é o que tenho para manter este lugar em condições", disse Manolis Mantas.

Pessoas dão comida aos migrantes

O casal grego ajuda muitos migrantes, dando-lhes comida.

"Cozinho todos os dias para eles. Aqui tenho sobras de ontem, mas hoje vou preparar comida fresca. Vou fazer macarrão com atum. Todos os que tentam ajudar são estigmatizados. As pessoas perguntam: porque estás a ajudá-los? Eles estão doentes e eles são isto e aquilo", contou Vasiliki Manta.

"De início, quase toda a gente ajudava os imigrantes. Mas depois, começaram a chegar cada vez mais migrantes, alguns criminosos, e as pessoas ficaram assustadas", acrescentou Vasiliki Manta.

"Este homem e a mulher dele têm bom coração. Peço a Deus que os abençoe e lhes dê uma vida longa", disse o migrante africano.

Para o casal grego, a União Europeia tem de tomar medidas urgentes. "Se a Europa acredita num ideal de igualdade entre Estados, precisa de gerir este problema e não deixar a Grécia tornar-se num enorme campo de almas perdidas, onde as pessoas vivem em condições degradantes. Aliás, tanto elas como nós".

Condições de vida degradantes para os migrantes

A ilha fica a menos de dois quilómetros da Turquia. O campo de Samos é um dos cinco centros de registo para requerentes de asilo, nas ilhas gregas, no norte do Mar Egeu.

O campo está preparado para receber seiscentas e cinquenta pessoas mas acolhe quase quatro mil.

Desde o acordo entre a União Europeia e a Turquia, em 2016, os migrantes ficam retidos no campo enquanto aguardam a resposta ao pedido de asilo. Um processo que pode levar meses ou anos. Apenas os mais vulneráveis têm a possibilidade de serem transferidos mais cedo para o continente europeu. Por isso, a fila de espera para ver o único médico do campo é longa.

"Se falar com a Europa, eles vão dizer que a crise acabou porque o fluxo de imigrantes diminui. Nós não vemos diferença. A esperança vai-se perdendo. A frustração aumenta. Tudo fica mais difícil. Até para nós", afirmou Manos Logothetis, médico no centro de retenção de Samos.

Diretora do centro de migrantes recusa falar a jornalistas

A responsável do centro de asilo recusa falar à comunicação social. A equipa da Euronews só foi autorizada a permanecer uma hora local.

"Como pode ver, isto é uma selva. Há lixo por toda a parte. Ninguém limpa, porque estas pessoas estão a viver do lado de fora. Há ratos. Às vezes, até vemos cobras. E como pode ver, não há água nem casa de banho. É muito frio no inverno e no verão é muito quente. É muito difícil viver nestas condições", disse Mohamad Malek Kassas, um requerente de asilo sírio que chegou à ilha grega há cerca de dez meses.

Uma espera interminável para os requerentes de asilo

A euronews ouviu vários testemunhos de pessoas desesperadas pela espera e pelas más condições de vida.

"Já requeri asilo há seis meses. Disseram-me que a grande entrevista poderá ter lugar em 2021. Veja só! 2021! Estou a ficar louco. Não comemos bem. Não dormimos em condições. Somos quase como animais. Não conseguimos entender", declarou um migrante africano.

"Venho do Iraque. Estou aqui há oito meses. Fui despejado aqui, à chuva, no meio de insetos e ratos. Tive uma doença de pele. Psicologicamente, estou muito mal. Se não estou dentro dos critérios deles para ser um refugiado, digam-me, para que eu não continue aqui a sofrer. Abram-me a porta e eu deixo a Grécia" , disse Sabah Al Maliki.

"O El Dorado tornou-se num inferno. O local onde pensava encontrar um refúgio e onde todas as preocupações, más memórias e pesadelos ligados ao meu país podiam desaparecer, é afinal um local similar ao sítio de onde fugi. O que ainda agrava mais as coisas. É triste, muito triste", afirmou à euronews um requerente de asilo africano.

A espera interminável é um sofrimento adicional para muitos requerentes de asilo. Para ajudar os migrantes, uma ONG abriu um centro comunitário. Além de reconforto, os voluntários de Samos fornecem aconselhamento jurídico e dão aulas de línguas. Os cerca de trinta voluntários vêm de vários países do mundo.

Alexandros Mantoglou dá aulas de grego a refugiados, em regime de voluntariado, mas está consciente da revolta da população face à questão dos migrantes.

"As pessoas sentem que nada está a ser feito para melhorar a situação. Sentem-se negligenciadas pelo governo grego e pelos políticos que lhes estão sempre a fazer promessas de melhoria e a dizer-lhes que os migrantes irão ser transferidos para outros locais. Já ninguém está disponível para ajudar. E os que estão dispostos a ajudar são apontados como pessoas que não se preocupam com o bem-estar e a prosperidade da ilha", contou Alexandros Mantoglou.

Gregos queixam-se de que migrantes prejudicam turismo

A euronews esteve em Vathi, capital da ilha de Samos, onde vivem cerca de cinco mil pessoas. A presença do centro de retenção para migrantes, a escassas dezenas de metros do centro da cidade, gera insatisfação.

"Todos os habitantes de Samos mostraram humanidade. Nos últimos cinco anos, ajudámos muitas das pessoas que vêm para a nossa ilha. Mas isto ja dura há muito tempo. Cinco anos é demasiado tempo. Isto tem de mudar", disse Michalis Mitsos, presidente da Associação de Bares de Samos.

"Quando as pessoas ficam a saber que quatro ou cinco mil migrantes oriundos de mais de cinquenta países vivem na cidade, alguns já não nos querem visitar. Preferem procurar outros locais em Samos", acrescentou o responsável.

"Também trabalhei na associação durante três anos. Parei de trabalhar porque eles não respeitam ninguém. Dão-lhes comida e eles deitam-na fora porque não gostam dela. Não foi há muito tempo que tivémos uma grande crise na Grécia e essas pessoas deitam comida fora", lamentou Manolis Chliaoytakis, residente da ilha.

O presidente da associação de bares de Samos afirma que houve vários roubos feitos por migrantes.

"Roubam as garrafas de bebidas alcoólicas que temos guardadas para o verão. Roubam a aparelhagem sonora, os computadores, roubam tudo o que conseguirem vender. Nove em cada treze vezes são apanhados em flagrante. São presentes ao juiz e saem em liberdade uma hora depois", disse o responsável.

Mais uma vez, a União Europeia é alvo de críticas. "O facto de termos aqui requerentes de asilo e migrantes encalhados nas quatro ilhas gregas do norte do Mar Egeu há dois anos, sem permissão de prosseguirem para outros locais na Europa ou mesmo na Grécia, leva os habitantes de Samos a pensar que a Europa sacrificou estas ilhas para se salvar a si própria", considerou Michalis Mitsos.

Pais tiram crianças da escola devido aos migrantes

Em abril, centenas de habitantes de Samos juntaram-se num protesto, durante a visita do ministro da imigração, para exigir o fecho do centro de registo para requerentes de asilo. A presença dos migrantes gera também o descontentamento da Associação de Pais de Samos.

Recentemente, os pais das crianças retiraram as crianças das escolas públicas, durante alguns dias, para protestar contra a presença de crianças migrantes.

"Eles enfrentam problemas graves todos os dias. Vivem em tendas no meio de ratazanas. Há pilhas de lixo ao lado deles. O receio de problemas de saúde pública aumenta. Nós dizemos: 'transfiram estas crianças para abrigos decentes e depois, sim, tragam-nos à escola.", explicou Stamatia Thomasouli, diretora da Associação de Pais de Samos.

"As nossas crianças, nos últimos anos, viram coisas bem longe do que era normal. Não estávamos habituados a ver crianças feridas a andar pela estrada sem sapatos. Nem a ver miúdos a sair de caixotes do lixo", disse Sonia Paschalaki, da Associação de Pais de Samos.

As crianças do centro de retenção têm aulas depois das crianças gregas já terem saído da escola e entram por um portão diferente. As mães e pais da associação rejeitam as acusações de xenofobia e garantem nada ter contra os migrantes. Uns dias antes da Páscoa, prepararam algumas prendas para as crianças migrantes.

"É um gesto de boas-vindas para lhes desejar uma boa estadia durante o curto espaço de tempo que vão ficar no nosso país", explicou Stamatia Thomasouli.

"Dessa forma, elas podem ficar com uma ideia das nossas tradições", disse Sonia Paschalaki.

"Queremos a nossa ilha de volta. De uma forma geral, nas nossas ilhas, o dia-a-dia foi afetado. O que queremos é que o campo seja transferido para outro sítio qualquer, para fora da cidade, ou que seja fechado de uma vez", sublinhou Vasilia Vakra, da Associação de Pais de Samos.

A hostilidade de uma parte da população face aos migrantes

O dia-a-dia dos migrantes em Samos é cada vez mais difícil. Por um lado, esperam meses ou anos pela resposta das autoridades aos pedidos de asilo, por outro, são alvo da hostilidade de uma parte da população. Muitos comércios da cidade não autorizam a entrada de migrantes.

O Chicha bar é um dos poucos comércios onde os migrantes são bem-vindos.Abdulrahman Al Diab fugiu da Síria, onde trabalhava como estilista de moda e abriu o café há um ano com uma sócia nativa de Samos.

"De início, tivémos alguns clientes gregos, mas não de Samos. Ninguém nos tolerava. Desde o verão, os nossos únicos clientes têm sido migrantes. Muitos dos locais, quando am diante do café, viram a cabeça. Quando olham para os refugiados, abanam a cabeça, como se eles estivessem a fazer alguma coisa de mal. É isto que me deixa muito triste", disse Ionna Karpathiou.

Abdulrahman Al Diab chegou a Samos ha dois anos e ainda está à espera de resposta ao pedido de asilo. "Se decidirem repatriar-nos para a Turquia ou para a Síria, vou perder tudo. Da mesma forma que perdi tudo na Síria. vou perder tudo aqui outra vez", disse o requerente de asilo.

Há algumas semanas, os sócios decidiram colocar o espaço à venda para deixarem Samos.

"Podia ficar aqui, se quisesse. Mesmo que esta história dos migrantes acabasse e eu decidisse manter o espaço, não acredito que os habitantes da ilha me assem. Podia fazer outras coisas. Mas prefiro partir e fazer outra coisa da minha vida, noutro sítio, longe de Samos", confessou Ionna Karpathiou.

"Começámos este projeto juntos e temos mais ideias para trabalharmos juntos. Tenho mais sonhos, mais ideias e vou conseguir. Não me vão impedir. Algum dia vão ter de me aceitar", garantiu Abdulrahman Al Diab.

Governo promete transferir centro para outro lugar

O governo grego prometeu encerrar o campo de migrantes de Vathi e transferi-lo para Mytilinioi, uma localidade no interior da ilha, a doze quilómetros de Samos. A euronews falou com o presidente da vila, Georgios Eleftheroglou.

"Eram os antigos matadouros. A instalação do centro de migrantes está prevista para este sítio. Pode ver onde está a minha comunidade. A distância é de um quilómetro. Por isso, podemos facilmente prever que o problema atual de Vathi vai tornar-se no nosso problema.", disse Georgios Eleftheroglou, presidente da vila.

O assunto divide os habitantes da localidade. "Quando eu disse que não queríamos um segundo campo de migrantes na nossa zona, algumas pessoas ameaçaram-me. Aqui podemos ler: 'és tu a seguir'. Significa que me querem abater. Isto mostra a divisão entre as pessoas", disse o presidente da localidade.

A euronews falou com um grupo de habitantes de Mytilinioi revoltados com a decisão das autoridades.

"Não deixam os migrantes seguir viagem para onde eles querem ir. São mantidos aqui à força. Por isso, eles am-nos a miséria deles. Ou seja, a miséria deles torna-se na nossa miséria", lamentou Alexandros Georgiadis.

"Não pode haver pessoas a deambular por aqui sem que saibamos quem são. Não podem andar por aqui à vontade sem sabermos se são criminosos, ladrões ou violadores", afirmou Eyaggelia Kokaraki, habitante de Mytilinioi.

"Não os queremos aqui. Este é o problema! Podem levá-los para onde quiserem mas aqui não. Está decidido", acrescentou Dora Kalogrea.

"Não podemos viver com estas pessoas. Têm centenas de doenças. O hospital está cheio de negros. Os migrantes roubam. Não é possível. Vamos fazer justiça com as próprias mãos.", garantiu Nikolas Moschonas.

"É bem possível que isto soe racista, mas não somos racistas. Por favor não nos associem a essa expressão, mas estamos fartos", lamentou Nikolaos Ftinogiannis.

"A Europa decidiu fechar as fronteiras e é a Grécia que paga a fatura", afirmou mitsos Eleytherios.

"Será que esses Europeus que decidem e que dão ordens não conseguem perceber que a unica coisa que vão conseguir é a subida da extrema-direita? o a o, eles empurram as pessoas para os extremos. Foi isso que a Europa conseguiu. É isto que têm de lhes dizer", desabafou o autarca de Mytilinioi.

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