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Cipriotas procuram restos mortais dos desaparecidos 50 anos após a invasão turca

Sepulturas de soldados gregos e cipriotas gregos mortos em 1974, durante a invasão turca, no cemitério militar  de Nicósia, Chipre, sexta-feira, 19 de julho 2024 de
Sepulturas de soldados gregos e cipriotas gregos mortos em 1974, durante a invasão turca, no cemitério militar de Nicósia, Chipre, sexta-feira, 19 de julho 2024 de Direitos de autor Petros Karadjias/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
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De Daniel Bellamy & Euronews
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O conflito dos anos 60 e 70 entre turcos e cipriotas provocou a morte, ou o desaparecimento, de milhares de pessoas bem como a deslocação de um quarto da população cipriota grega. Hoje familiares ainda procuram os restos mortais dos seus ente queridos.

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Centenas de pessoas continuam desaparecidas em Chipre, 50 anos após a invasão turca de 1974.

Assinalou-se sábado, dia 20 de julho de 2024, cinquenta anos da invasão que dividiu a ilha. A parte sul, onde a maioria das pessoas fala grego, é reconhecida como um Estado independente e faz parte da UE; enquanto o norte de Chipre, só a Turquia o considera um país independente.

Aeronaves acrobáticas da Turquia sobrevoam a parada militar, na área ocupada pela Turquia da capital dividida Nicósia, Chipre, sábado, 20 de julho de 2024.
Aeronaves acrobáticas da Turquia sobrevoam a parada militar, na área ocupada pela Turquia da capital dividida Nicósia, Chipre, sábado, 20 de julho de 2024. Petros Karadjias/Copyright 2024 The AP. All rights reserved

Cinco décadas depois, ainda há pessoas desaparecidas. “Estamos à procura dos nossos desaparecidos. Não importa se estamos a procurar cipriotas gregos ou cipriotas turcos. Estamos à procura dos nossos, todos eles pertencem a Chipre”, disse Ceren Ceraloglu, arqueólogo pertencente ao Comité Bi-Comunitário para as Pessoas Desaparecidas da ilha, composto por cipriotas gregos e cipriotas turcos.

Das 2000 pessoas desaparecidas, quase metade foram localizadas, mas centenas de cipriotas gregos e turcos continuam a ser procurados, com os cientistas a terem dificuldade em identificar os ossos descobertos.

“Os arqueólogos encontraram os ossos e trouxeram-nos em caixas para o laboratório. Alguns todos misturados. Tentámos sintetizá-los para criar o esqueleto de quatro indivíduos”, diz a antropóloga Theodora Eleftheriou.

Os familiares das pessoas desaparecidas, que foram finalmente localizadas, sentem-se gratos e aliviados. Para eles a ferida profunda e aberta foi finalmente fechada.

“Estamos felizes por ele ter finalmente regressado e vamos enterrá-lo ao lado da nossa mãe”, diz Kutlay Erk, familiar de uma das vítimas encontradas.

Os arqueólogos estão atualmente a procurar uma vala comum de 1974, nos arredores de Nicósia, capital de Chipre.

Algumas testemunhas oculares afirmaram que 16 pessoas foram aí enterradas na altura. Os arqueólogos acompanham as buscas, sempre em pares: um cipriota grego e um cipriota turco.

“Este é um dos poucos lugares na ilha dividida de Chipre onde cipriotas gregos e cipriotas turcos trabalham juntos", diz um cientista da investigação.

Todos os anos, os cipriotas gregos homenageiam as milhares de pessoas que morreram e desapareceram no conflito.

Invasão turca de 1974

A Turquia invadiu Chipre em resposta a um golpe de Estado dos cipriotas gregos, encorajado pela Grécia. Até à data, as tentativas de reunificação de Chipre falharam sempre.

Recep Tayyip Erdogan e o líder cipriota Ersin Tatar conversam durante uma parada militar, na área ocupada pela Turquia da capital dividida Nicósia, Chipre, sábado, 20 de julho
Recep Tayyip Erdogan e o líder cipriota Ersin Tatar conversam durante uma parada militar, na área ocupada pela Turquia da capital dividida Nicósia, Chipre, sábado, 20 de julhoPetros Karadjias/Copyright 2024 The AP. All rights reserved

No entanto, nos últimos meses, o secretário-geral da ONU, António Guterres, nomeado uma enviada pessoal para Chipre em janeiro, reúne esforços para reverter a situação e está a ponderar a possibilidade de convocar uma nova ronda de conversações. A decisão basear-se-á num relatório confidencial que a enviada pessoal, a colombiana Maria Angela Holguin Cuellar, elaborou depois de ar seis meses a sondar ambas as partes.

A União Europeia, à qual Chipre aderiu em 2004, instou ambas as partes a mostrarem um “empenhamento genuíno” num acordo de paz em conformidade com o plano aprovado pela ONU para uma ilha federada.

“Já se perdeu demasiado tempo”, afirmou um porta-voz da UE. “Uma divisão forçada nunca poderá ser uma solução. A esperança de um futuro melhor, um Chipre unido, ainda existe.”

Os cipriotas de língua grega e os cipriotas de língua turca não chegaram a acordo sobre a divisão geográfica da ilha, entre outras questões.

Há anos que a situação em Chipre tem estado relativamente calma, mas a situação continua tensa.

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