O secretário-Geral da NATO, Mark Rutte, ofereceu todo o apoio à integridade da Bósnia, na sequência das recentes tensões causadas pelos legisladores sérvios da Bósnia que aprovaram leis que impedem o poder judicial central e a polícia da Bósnia de operarem na República Srpska.
O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, prometeu forte apoio da aliança à integridade territorial da Bósnia, perante as crescentes tensões causadas pelas ações separatistas dos sérvios da Bósnia. A sua visita ocorre quase 30 anos após o fim da Guerra da Bósnia de 1992-1995, que causou mais de 100.000 mortos.
Rutte falou em Sarajevo depois de se ter reunido com a presidência bósnia de três membros, uma instituição criada pelo Acordo de Paz de Dayton para assegurar a partilha do poder entre os três principais grupos étnicos do país: bósnios (muçulmanos), sérvios e croatas.
A última crise teve início quando os legisladores sérvios da Bósnia aprovaram, a 5 de março, leis que impedem o funcionamento do poder judicial central e da polícia da Bósnia na República Srpska (RS) - a região de maioria sérvia que constitui cerca de metade da Bósnia. A outra entidade é governada por uma federação de bósnios, maioritariamente muçulmanos e croatas.
No entanto, o Tribunal Constitucional da Bósnia e Herzegovina decidiu suspender esta medida.
Esta decisão foi tomada em resposta à condenação, no mês ado, de Milorad Dodik, o líder pró-Rússia da República Srpska, que foi condenado a um ano de prisão e proibido de exercer funções durante seis anos por ter desafiado a autoridade do principal enviado internacional para a paz na Bósnia.
Dodik, um defensor de longa data do desmembramento da Bósnia, rejeitou a sentença, considerando-a anti-sérvia. Foi sancionado pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido pelas suas políticas separatistas, mas conta com o apoio do presidente russo Vladimir Putin.
A crise suscitou o receio de confrontos entre a polícia bósnia e as forças sérvias, à semelhança do que aconteceu no início da guerra da Bósnia em 1992. Nessa altura, os sérvios da Bósnia opam-se à independência da Bósnia da Jugoslávia e tentaram criar o seu próprio Estado, com o objetivo de se unirem à Sérvia.
Em resposta às tensões, a força europeia de manutenção da paz (EUFOR) anunciou planos para aumentar o número de tropas na Bósnia.
O membro sérvio da presidência da Bósnia, Zeljka Cvijanovic, disse após a reunião com Rutte que "lidar com as consequências significa que estamos constantemente e injustamente a culpar um lado em vez de olhar para as causas profundas".
Entretanto, Denis Becirovic, membro da presidência bósnia, condenou as leis sérvias como um ataque à ordem constitucional da Bósnia e avisou que a instabilidade na Bósnia só beneficiaria Moscovo.
"A desestabilização desta parte da Europa só beneficiaria Moscovo", disse Becirovic.