O secretário-geral da NATO esteve em Washington na quinta-feira para reuniões com altos funcionários dos EUA, dois meses antes de presidir a uma cimeira entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e os seus homólogos da NATO nos Países Baixos.
O secretário-seral da NATO, Mark Rutte, exortou os 32 países membros a consagrarem mais fundos, equipamento e energia política à maior aliança militar do mundo, à medida que os Estados Unidos se afastam do seu papel de liderança em matéria de segurança na Europa.
"Em 2025, temos de aumentar significativamente os nossos esforços para garantir que a NATO continue a ser uma fonte fundamental de vantagem militar para todas as nossas nações. A nossa liberdade e prosperidade contínuas dependem dela", escreveu Rutte no seu relatório anual.
A NATO tem estado em desordem desde fevereiro, quando o secretário de Estado da Defesa dos EUA, Pete Hegseth, avisou que as prioridades de segurança da América estão noutro lado e que a Europa teria de cuidar da sua própria segurança e da segurança da Ucrânia.
O relatório de Rutte foi publicado no site da NATO sem qualquer publicidade óbvia.
Em anos anteriores, os secretários-gerais promoveram os seus relatórios anuais com conferências de imprensa e comunicados de imprensa.
A NATO não respondeu quando questionada sobre o motivo da mudança de abordagem.
Rutte esteve em Washington na quinta-feira para reuniões com altos funcionários dos EUA, dois meses antes de presidir a uma cimeira entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e os seus homólogos da NATO, nos Países Baixos.
Espera-se que os líderes estabeleçam novas diretrizes para as despesas com a defesa.
Em 2023, quando a invasão da Ucrânia pela Rússia entrou no seu segundo ano, os líderes da NATO acordaram que todos os aliados deveriam gastar pelo menos 2% do PIB nos seus orçamentos militares.
As estimativas do relatório anual mostram que 22 aliados atingiram esse objetivo no ano ado, em comparação com a previsão anterior de 23.
Bélgica, Canadá, Croácia, Itália, Luxemburgo, Montenegro, Portugal, Eslovénia e Espanha não o fizeram.
Estima-se que os Estados Unidos tenham gasto 3,19% do PIB em 2024, contra 3,68% há uma década, quando todos os membros da NATO prometeram aumentar as despesas com a defesa depois de a Rússia ter anexado a península ucraniana da Crimeia.
Apesar de ser o único aliado a ter despesas mais baixas em percentagem do PIB do que em 2014, os EUA continuam a gastar mais em dólares do que os outros países juntos.
O relatório estima que a despesa militar total da NATO no ano ado atingiu cerca de 1,1 biliões de euros.
Num sinal do domínio dos Estados Unidos na NATO, Hegseth disse aos europeus e ao Canadá, em fevereiro, que a Ucrânia não recuperaria todo o seu território da Rússia e não seria autorizada a aderir à sua aliança militar.
"O apoio da NATO à Ucrânia permaneceu forte em 2024", escreveu Rutte no relatório, mesmo quando as dúvidas cercam o compromisso da istração Trump com o país à medida que as negociações de cessar-fogo vacilam.
"Olhando para o futuro, os aliados da NATO estão unidos no seu desejo de uma paz justa e duradoura na Ucrânia", escreveu.
A avaliação do apoio da NATO foi discreta, comparada com a do seu antecessor, Jens Stoltenberg, há apenas um ano.
"A Ucrânia deve prevalecer como uma nação independente e soberana", escreveu Stoltenberg no seu último relatório anual. "Apoiar a Ucrânia não é caridade, é do nosso próprio interesse de segurança."