A frustração do presidente norte-americano está a aumentar à medida que os esforços liderados pelos Estados Unidos para chegar a um acordo de paz entre a Ucrânia e a Rússia registam poucos progressos.
O presidente dos EUA, Donald Trump, emitiu uma rara repreensão a Vladimir Putin, instando o líder russo a "PARAR!" após uma uma vaga de ataques mortais à capital ucraniana, Kiev.
"Não estou satisfeito com os ataques russos a KYIV. Não é necessário e o momento é muito mau. Vladimir, pára! Estão a morrer 5000 soldados por semana", afirmou Trump numa publicação na sua plataforma social Truth.
"Vamos fazer o acordo de paz!"
A Rússia atacou Kiev com vários mísseis e drones, numa ofensiva que durou horas, matando pelo menos 12 pessoas e ferindo outras 90.
Foi o ataque mais mortífero contra a cidade desde julho do ano ado.
A frustração de Trump está a crescer à medida que os esforços liderados pelos Estados Unidos para alcançar um acordo de paz entre a Ucrânia e a Rússia fizeram poucos progressos.
Na quarta-feira, Trump atacou o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, acusando-o de prolongar o "campo de morte" ao recusar-se a entregar a Península da Crimeia, ocupada pela Rússia, como parte de um possível acordo de paz.
A Rússia anexou ilegalmente a área à Ucrânia em 2014.
Zelenskyy repetiu muitas vezes, durante a guerra que começou com a invasão russa em fevereiro de 2022, que o reconhecimento do território ocupado como sendo da Rússia é uma linha vermelha para a Ucrânia.
Zelenskyy disse na quinta-feira que a Ucrânia tinha concordado com uma proposta de cessar-fogo dos EUA há 44 dias como um primeiro o para uma paz negociada, mas que os ataques de Moscovo tinham continuado.
A crítica de Trump a Putin é notável uma vez que o presidente norte-americano tem dito repetidamente que a Rússia, o agressor no conflito, está mais disposta do que a Ucrânia a chegar a um acordo.
"Pensei que seria mais fácil negociar com Zelenskyy", disse Trump aos repórteres na quarta-feira. "Até agora tem sido mais difícil, mas não há problema. Está tudo bem."
Nas suas negociações com Zelenskyy e Putin, Trump tem-se concentrado em saber qual dos dois líderes tem influência. Putin tem "as cartas" e Zelenskyy não, disse Trump repetidamente.
Ao mesmo tempo, a nova istração republicana deu os em direção a uma linha mais cooperativa com Putin, por quem Trump há muito demonstra iração.
"Não faz ideia da pressão que estou a exercer sobre a Rússia"
Em declarações proferidas, esta quinta-feira, na Sala Oval, junto do primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre - com quem se reuniu para discutir a guerra na Ucrânia, as tarifas americanas e outras questões -, do ministro das Finanças desse país, Jens Stoltenberg, e do secretário de Estado, Marco Rubio, Trump assegurou estar a pressionar a Rússia, tal como tem pressionado a Ucrânia, para que se alcance a paz.
"Não faz ideia da pressão que estou a exercer sobre a Rússia", afirmou, em resposta a um jornalista, tendo assegurado que tal pressão "é muita".
Porém, quando questionado sobre as concessões que estaria a exigir a Vladimir Putin, disse apenas: “Parar a guerra”. Tendo acrescentado aquilo que considera como sendo "uma concessão bastante grande": que o presidente russo cessasse de "tentar controlar o país inteiro".
A Noruega, membro da NATO e forte apoiante da Ucrânia, partilha uma fronteira de cerca de 198 quilómetros com a Rússia.
Gahr Støre disse numa publicação nas redes sociais que iria sublinhar durante as conversações que "o o estreito entre a Noruega e os EUA é crucial".
"Temos de contribuir para uma paz duradoura e justa na Ucrânia", afirmou.
O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que Putin deveria "parar de mentir" quando afirma querer a paz e continua a bombardear a Ucrânia.
"Só há uma resposta que esperamos: O presidente Putin concorda com um cessar-fogo incondicional?", questionou Macron durante uma visita a Madagáscar.
O presidente francês acrescentou que "a raiva dos americanos deve concentrar-se apenas numa pessoa: o presidente Putin".
Durante as conversações em Paris, na semana ada, as autoridades norte-americanas apresentaram uma proposta que incluía permitir que a Rússia mantivesse o controlo do território ucraniano ocupado como parte de um acordo, de acordo com um funcionário europeu familiarizado com o assunto.
Esta questão foi novamente debatida na quarta-feira, durante as conversações com responsáveis norte-americanos, europeus e ucranianos.
"O princípio da integridade territorial da Ucrânia não é algo que possa ser negociado", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, Christophe Lemoine.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, Christophe Lemoine, disse que a França concordou com os comentários de Trump de que a posição da Ucrânia era a culpada pelo prolongamento da guerra, mas os ucranianos mostraram que estão abertos a negociações, enquanto a Rússia continua a atacar.
"Temos a impressão de que são os russos que estão a atrasar as discussões", afirmou.