Drones ucranianos causaram enormes perturbações nos aeroportos de Moscovo dias antes do desfile do Dia da Vitória na Rússia, na sexta-feira. Pelo menos 60.000 pessoas ficaram com as viagens atrasadas ou canceladas, com cerca de 350 voos alegadamente afetados.
Uma série de atrasos e desvios de voos nos aeroportos de Moscovo afetou mais uma vez milhares de viajantes esta quarta-feira, na sequência de um novo ataque de drones ucranianos.
Dias antes do desfile do Dia da Vitória na capital russa - um dos maiores feriados públicos e um dos eventos mais importantes para o presidente Vladimir Putin - o caos no espaço aéreo de Moscovo persistiu pelo terceiro dia consecutivo.
De acordo com a Associação dos Operadores Turísticos da Rússia, alguns aeroportos foram encerrados e cerca de 350 voos foram afetados.
Pelo menos 60.000 ageiros sofreram perturbações, tendo muitos deles ficado retidos a bordo dos aviões durante várias horas.
A Agência Federal de Transportes Aéreos da Rússia também alertou para atrasos nos voos em toda a Rússia central "devido à chegada tardia dos aviões aos aeroportos iniciais de destino".
Pelo terceiro dia consecutivo, as autoridades russas informaram ter abatido drones ucranianos que se aproximavam de Moscovo, perturbando a aviação na região.
A imprensa russa afirma que um ataque de drones ucranianos provocou um "colapso" nos aeroportos da região de Moscovo, obrigando as companhias aéreas a atrasar as partidas ou a desviar os aviões para outros locais.
Entre os afetados está o presidente da Sérvia, Aleksandar Vučić. O seu avião terá sido forçado a desviar-se para a capital do Azerbaijão, Baku, devido às ameaças no espaço aéreo russo.
De acordo com a agência noticiosa estatal sérvia Tanjug, o seu voo para Moscovo, para assistir ao desfile, foi interrompido por aquilo a que a agência chama de "hostilidades ativas entre a Rússia e a Ucrânia".
Bruxelas emitiu um aviso severo ao líder sérvio há alguns dias, indicando que a visita de Vučić violaria os critérios de adesão à UE e potencialmente prejudicaria o processo de adesão da Sérvia ao bloco de 27 membros.
Anteriormente, o jornal sérvio Novosti noticiou que a Lituânia e a Letónia tinham recusado que um voo com Vučić a bordo atravessasse o seu espaço aéreo a caminho de Moscovo para o desfile do Dia da Vitória, na sexta-feira, alegando "sensibilidade política (...) técnica e diplomática".
A mesma agência noticiou também que a Polónia e a Lituânia tinham negado os direitos de sobrevoo ao primeiro-ministro eslovaco Robert Fico, levantando preocupações semelhantes. A sua presença continua a ser incerta nesta altura.
A Estónia também declarou que não autorizaria a agem pelo seu espaço aéreo do avião que transporta os dirigentes que se dirigem para a parada do Dia da Vitória em Moscovo.
"A Estónia não tenciona apoiar o evento de forma alguma", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Margus Tsahkna.
"Sublinhámos aos nossos colegas da União Europeia que, como a Rússia é um país que lançou e continua uma guerra na Europa, a participação em eventos de propaganda organizados por eles deve ser excluída".
Cessar-fogo no Dia da Vitória
Num esforço para proteger e assegurar o desfile, Putin anunciou uma "trégua" unilateral de quinta-feira até à meia-noite de domingo.
O Kremlin anunciou a medida a 28 de abril, afirmando que todas as ações militares parariam durante esse período e instando a Ucrânia a "seguir este exemplo".
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, rejeitou a proposta como uma "encenação teatral" destinada a reduzir o isolamento internacional da Rússia e a garantir condições favoráveis para os eventos do Dia da Vitória de Moscovo, na sexta-feira.
Zelenskyy afirmou ainda que a Ucrânia não pode garantir a segurança dos funcionários estrangeiros que planeiam participar nos eventos do Dia da Vitória na Rússia.
Na quarta-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que o cessar-fogo unilateral da Rússia durante as celebrações do Dia da Vitória continua em vigor e decorrerá entre a meia-noite e a meia-noite de 8 a 11 de maio.
Durante a noite de quarta-feira, a Rússia lançou um ataque maciço com mísseis e drones contra Kiev, matando duas pessoas e ferindo outras oito, incluindo quatro crianças, segundo informações oficiais.