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A sucess\u00e3o de derrapagens nos mercados globais Desde 2011 que as pra\u00e7as mundiais n\u00e3o conheciam resultados t\u00e3o desoladores. Uma sucess\u00e3o de decl\u00ednios abalou os mercados que terminaram o terceiro trimestre de 2015 com n\u00fameros negativos. Comecemos por onde mais doeu: os mercados emergentes da \u00c1sia, onde as perdas foram particularmente significativas. Em Xangai, o dia 24 de agosto foi mesmo apelidado de \u201csegunda-feira negra\u201d. A queda suplantou os 26%. O \u00edndice Hang Seng despenhou-se em mais de 27%, o de Singapura, acima dos 20% e o Nikkei, mais de 12%. No M\u00e9dio Oriente, as quedas atingiram sobretudo o Egito e os pa\u00edses do Conselho de Coopera\u00e7\u00e3o do Golfo, com os pre\u00e7os do petr\u00f3leo em derrapagem. 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A opini\u00e3o de Nour Eldeen al-Hammoury, analista da ADS Securities euronews: O trimestre terminou com os mercados a apresentarem perdas significativas. Qual \u00e9 o impacto deste cen\u00e1rio e, se ele se prolongar, que estimativas est\u00e3o no horizonte? Nour Eldeen al-Hammoury: O sentimento de incerteza continua a dominar os mercados, sobretudo ap\u00f3s os Estados Unidos terem divulgado os n\u00fameros do desemprego no pa\u00eds, na semana ada. O quadro para os pr\u00f3ximos meses \u00e9 incerto, uma vez que n\u00e3o h\u00e1 indicadores econ\u00f3micos s\u00f3lidos que permitam estabelecer previs\u00f5es cred\u00edveis. O contexto a que assistimos no terceiro trimestre pode produzir v\u00e1rios efeitos negativos sobre o \u00faltimo trimestre deste ano. Os corretores ter\u00e3o de ser muito cautelosos durante as pr\u00f3ximas semanas. euronews: Os mercados do M\u00e9dio Oriente foram bastante penalizados pela queda dos pre\u00e7os do petr\u00f3leo. Este trimestre pode ainda agravar as coisas? Nour Eldeen al-Hammoury: As a\u00e7\u00f5es no M\u00e9dio Oriente s\u00e3o t\u00e3o afetadas quanto as outras pelo contexto global. No entanto, \u00e9 verdade que o fator petr\u00f3leo continua a ser o mais determinante, apesar de ter havido uma certa estabiliza\u00e7\u00e3o. Houve tamb\u00e9m outras quedas que n\u00e3o ajudaram estas a\u00e7\u00f5es. As tens\u00f5es geopol\u00edticas na regi\u00e3o, o I\u00e9men por exemplo, acrescentaram mais press\u00e3o sobre os mercados. \u00c9 verdade que as estimativas s\u00e3o bastante ditadas pelo quadro mundial, mas se as tens\u00f5es geopol\u00edticas continuarem, a regi\u00e3o do M\u00e9dio Oriente pode ser mais afetada, sobretudo ap\u00f3s a interven\u00e7\u00e3o da R\u00fassia na S\u00edria. euronews: Quando os desempenhos dos mercados pioram, aumenta a procura por investimentos seguros. Porque \u00e9 que o ouro n\u00e3o tem beneficiado com este momento? Nour Eldeen al-Hammoury: A quest\u00e3o do ouro assenta, normalmente, em dois fatores: a incerteza e os receios sobre a infla\u00e7\u00e3o. Nos \u00faltimos meses, as d\u00favidas em torno do panorama mundial aguentaram o valor do ouro ou, pelo menos, impediram que ele ca\u00edsse a pique. No que diz respeito \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, as previs\u00f5es s\u00e3o acentuadamente negativas. Ningu\u00e9m pode proteger-se da infla\u00e7\u00e3o, comprando ouro. Quando as estimativas sobre a infla\u00e7\u00e3o melhorarem, o ouro pode finalmente beneficiar. euronews: Todas as aten\u00e7\u00f5es est\u00e3o agora centradas nos lucros empresariais. As empresas reviram em baixa as estimativas. \u00c9 uma medida para tentar minimizar os resultados negativos? Nour Eldeen al-Hammoury: \u00c9 poss\u00edvel. Como sabemos, o terceiro trimestre foi o pior dos \u00faltimos anos, o que levou muitas empresas a limitar as previs\u00f5es, sobretudo tendo em conta o rumo da procura global e os lucros estimados. As previs\u00f5es podem acertar ou n\u00e3o. N\u00e3o podemos esquecer que houve empresas de investimento de capitais do mundo inteiro a rever as estimativas em baixa e a tomar a decis\u00e3o de despedir trabalhadores, o que prolonga a incerteza dos mercados.", "dateCreated": "2015-10-06T08:00:09+02:00", "dateModified": "2015-10-06T08:00:09+02:00", "datePublished": "2015-10-06T08:00:09+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F314703%2F1440x810_314703.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "O outono parece ter ensombrado ainda mais as principais pra\u00e7as mundiais, com os \u00edndices a precipitarem-se flagrantemente em terreno negativo. 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As sombras que pairam sobre os mercados mundiais

As sombras que pairam sobre os mercados mundiais
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O outono parece ter ensombrado ainda mais as principais praças mundiais, com os índices a precipitarem-se flagrantemente em terreno negativo. Desde o

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O outono parece ter ensombrado ainda mais as principais praças mundiais, com os índices a precipitarem-se flagrantemente em terreno negativo. Desde o início de julho, as perdas acentuadas nos mercados já ascenderam a cerca de 11 biliões de dólares. São os piores resultados dos últimos quatro anos. Todas as atenções se deslocam agora para os lucros empresariais, cujas estimativas também não são sorridentes.

A sucessão de derrapagens nos mercados globais

Desde 2011 que as praças mundiais não conheciam resultados tão desoladores. Uma sucessão de declínios abalou os mercados que terminaram o terceiro trimestre de 2015 com números negativos.

Comecemos por onde mais doeu: os mercados emergentes da Ásia, onde as perdas foram particularmente significativas. Em Xangai, o dia 24 de agosto foi mesmo apelidado de “segunda-feira negra”. A queda suplantou os 26%. O índice Hang Seng despenhou-se em mais de 27%, o de Singapura, acima dos 20% e o Nikkei, mais de 12%.

No Médio Oriente, as quedas atingiram sobretudo o Egito e os países do Conselho de Cooperação do Golfo, com os preços do petróleo em derrapagem. Os mercados menos atingidos nesta área foram os de Abu Dhabi e do Dubai, com desvalorizações na ordem dos 12%, enquanto que o saudita registou uma derrocada que rondou os 18%, seguido do egípcio, com menos 14%.

Do lado europeu, foram os piores resultados desde o início da crise da dívida soberana na zona euro. Recentemente, o cenário agravou-se ainda mais com o escândalo Volkswagen e a crise dos refugiados. O DAX acabou o trimestre num declive de quase 13%; Espanha e Reino Unido recuaram mais de 11%. A França teve uma prestação um pouco melhor, perto dos 8%.

Finalmente, os Estados Unidos também não escaparam à onda de choque. A Reserva Federal adiou, por várias vezes, a subida das taxas de juro e o trimestre concluiu-se com o índice S&P 500 a perder mais de 7% e o Dow Jones, acima dos 8%.

Agora os investidores aguardam o que vai acontecer aos lucros corporativos.

A opinião de Nour Eldeen al-Hammoury, analista da ADS Securities

euronews: O trimestre terminou com os mercados a apresentarem perdas significativas. Qual é o impacto deste cenário e, se ele se prolongar, que estimativas estão no horizonte?

Nour Eldeen al-Hammoury: O sentimento de incerteza continua a dominar os mercados, sobretudo após os Estados Unidos terem divulgado os números do desemprego no país, na semana ada. O quadro para os próximos meses é incerto, uma vez que não há indicadores económicos sólidos que permitam estabelecer previsões credíveis. O contexto a que assistimos no terceiro trimestre pode produzir vários efeitos negativos sobre o último trimestre deste ano. Os corretores terão de ser muito cautelosos durante as próximas semanas.

euronews: Os mercados do Médio Oriente foram bastante penalizados pela queda dos preços do petróleo. Este trimestre pode ainda agravar as coisas?

Nour Eldeen al-Hammoury: As ações no Médio Oriente são tão afetadas quanto as outras pelo contexto global. No entanto, é verdade que o fator petróleo continua a ser o mais determinante, apesar de ter havido uma certa estabilização. Houve também outras quedas que não ajudaram estas ações. As tensões geopolíticas na região, o Iémen por exemplo, acrescentaram mais pressão sobre os mercados. É verdade que as estimativas são bastante ditadas pelo quadro mundial, mas se as tensões geopolíticas continuarem, a região do Médio Oriente pode ser mais afetada, sobretudo após a intervenção da Rússia na Síria.

euronews: Quando os desempenhos dos mercados pioram, aumenta a procura por investimentos seguros. Porque é que o ouro não tem beneficiado com este momento?

Nour Eldeen al-Hammoury: A questão do ouro assenta, normalmente, em dois fatores: a incerteza e os receios sobre a inflação. Nos últimos meses, as dúvidas em torno do panorama mundial aguentaram o valor do ouro ou, pelo menos, impediram que ele caísse a pique. No que diz respeito à inflação, as previsões são acentuadamente negativas. Ninguém pode proteger-se da inflação, comprando ouro. Quando as estimativas sobre a inflação melhorarem, o ouro pode finalmente beneficiar.

euronews: Todas as atenções estão agora centradas nos lucros empresariais. As empresas reviram em baixa as estimativas. É uma medida para tentar minimizar os resultados negativos?

Nour Eldeen al-Hammoury: É possível. Como sabemos, o terceiro trimestre foi o pior dos últimos anos, o que levou muitas empresas a limitar as previsões, sobretudo tendo em conta o rumo da procura global e os lucros estimados. As previsões podem acertar ou não. Não podemos esquecer que houve empresas de investimento de capitais do mundo inteiro a rever as estimativas em baixa e a tomar a decisão de despedir trabalhadores, o que prolonga a incerteza dos mercados.

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