Os aliados da NATO devem comprometer-se a despender 5% do PIB na defesa, face à ameaça russa, afirma o secretário-geral da NATO, Mark Rutte. Em três meses, a Rússia desenvolve quatro vezes a quantidade de munições que os países da NATO produzem num ano, afirmou.
O exército russo está a desenvolver as suas capacidades de guerra várias vezes mais do que as da NATO, apesar de ter uma economia 25 vezes menor, alertou o secretário-geral da NATO.
Mark Rutte também sugeriu que a Rússia poderia atacar o território da NATO dentro de três a cinco anos, durante uma conferência de imprensa antes de uma reunião ministerial da defesa a decorrer na sede da NATO em Bruxelas.
As observações de Rutte surgem no momento em que os EUA exigem que os seus aliados da NATO mostrem progressos "credíveis" no sentido de gastarem 5% do PIB na defesa.
"Os russos, neste momento, estão a reconstituir-se a um ritmo acelerado e a produzir quatro vezes mais munições em três meses do que toda a NATO num ano", disse Rutte.
A Rússia está a fazer isto apesar de ter uma economia 25 vezes menor do que a economia combinada da NATO, acrescentou Rutte.
"Por isso, temos de aumentar as nossas despesas com a defesa, o que inclui o comando e o controlo e os sistemas de defesa aérea de longo alcance, para nos mantermos seguros caso os russos decidam atacar-nos dentro de três a cinco anos", disse Rutte aos jornalistas.
A exigência de que os aliados da NATO aumentem as despesas com a defesa de 2% do PIB para 5% é o principal objetivo da reunião desta semana, bem como da cimeira de líderes da aliança que terá lugar em Haia, a 24 e 25 de junho.
"Putin tem de saber que, se tentar atacar os países bálticos ou a NATO, a nossa resposta será devastadora", afirmou Rutte.
O calendário para os aliados cumprirem o objetivo de 5% ainda não foi acordado, mas o embaixador dos EUA na NATO, Mathew Whitaker, disse que Washington espera que os países comecem a aumentar as despesas imediatamente.
O presidente dos EUA, Donald Trump, espera que os aliados "mostrem progressos significativos nos orçamentos de defesa e um crescimento credível ano após ano", disse Whitaker aos jornalistas numa conferência antes das reuniões dos ministros da Defesa na quarta-feira.
"O cerne da nossa mensagem é 5% - cada aliado deve comprometer-se a gastar 5% [do PIB]", disse Whitaker.
Os EUA estão empenhados na NATO, mas querem que os europeus assumam um papel de liderança na segurança europeia", acrescentou.
Whitaker disse ainda que Trump quer que a guerra na Ucrânia termine: "Esta guerra tem de acabar - o custo é muito elevado para ambos os lados", rematou.